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Gamer de Uberlândia conta sobre sua carreira profissional nos E-Sports

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    Na Rede
  • 30 de out. de 2018
  • 4 min de leitura

Atualizado: 8 de nov. de 2018

Por: Leonardo Vassoler


Foto: Igor Malaquias/ Divulgação

O uberlandense e jogador profissional de Fifa Igor Malaquias, 19, tinha o sonho de se tornar jogador de futebol. Porém, como não teve a oportunidade de sair de sua cidade para fazer testes em times, começou a ter gosto pelo futebol virtual. Tal gosto acabou tornando-se sua profissão. “zIGOOR” como é conhecido na plataformas virtuais atualmente, joga pela equipe NSE, equipe de E-Sports da Netshoes. Fizemos uma entrevista com o jogador e perguntamos sobre as dificuldades, o cotidiano e seus planos para o futuro. Confira:


Na Rede: Quais foram os maiores obstáculos antes de se tornar profissional?


Igor: Acho que o maior obstáculo foi eu ter pensado no preconceito ao me tornar jogador profissional. Eu ficava pensando “como eu vou contar para os outros que eu ganho dinheiro jogando videogame? Acho que a maioria vai rir e debochar”. E, quando eu me tornei jogador profissional, eu era conscrito no exército e estava na dúvida se era isso o que eu queria me tornar.Mas acabou dando certo: eu não servi (o exército) e, por coincidência, fui campeão do torneio depois de muito esforço.


Na Rede: Como é a sua semana em relação ao treinamento?


Igor: Meus treinamentos são de segunda à quinta. Eu procuro treinar seis horas por dia, por ser o período que eu consigo me manter totalmente focado e não estresso muito. Eu procuro ter muita calma. O futebol na vida real te deixa muito estressado quando seu time não ganha e no videogame não é diferente. Gosto de jogar ouvindo música para não perder a paciência. De sexta à domingo, eu procuro jogar 30 partidas que é o Modo Competitivo do Fifa: aquele que atingir mais vitórias perto dos 30 jogos, ganha a melhor premiação. Recentemente, de 30 jogos, eu ganhei 27, minha melhor marca no Fifa 19, lançado a três semanas.


Na Rede: O que é mais fundamental durante uma partida importante, habilidade ou psicológico?


Igor: Acredito que pode ser um pouco dos dois. Em um time, não se joga sozinho. Mesmo que tenha o melhor time, você tem que ter noção de jogo. O psicológico é não se estressar muito. Se no futebol real você se estressa, no virtual é a mesma coisa. Então acho que tem que ter um pouco dos dois.


Na Rede: Quando você decidiu seguir a carreira dos E-Sports, você recebeu apoio de familiares e pessoas próximas?


Igor: O apoio da minha família até me surpreendeu, porque, quando eu acabei o ensino médio em 2016, eu decidi que eu queria fazer Agronomia, mas, infelizmente, não consegui. Depois veio o exército e eu fiquei na dúvida de servir.Quando apareceu essa chance de eu me tornar jogador profissional, falei com os meus pais sobre a viagem para São Paulo com tudo pago que, se eu ganhasse, garantiria o contrato com a equipe Netshoes E-Sports. Minha mãe aceitou e meu pai ficou com ‘um pé atrás’, mas acabou aceitando também. Quando eu voltei para Uberlândia com o título, eu fiquei emocionado, porque minha família foi me receber no aeroporto e, toda vez que eu vejo o vídeo deles comemorando comigo, fico muito emocionado. Quando eu postei no Twitter que tinha ganhado, os meus amigos ficaram encantados e é isso que me fortalece até hoje. Os meus irmão pegam no meu pé ainda, mas no fundo eles torcem por mim assim como meu pais.


Na Rede: Quais foram as principais premiações da sua carreira?


Igor: A principal premiação da minha carreira foi o título que eu ganhei em São Paulo, em que assinei com a Netshoes e consegui me tornar jogador profissional de Fifa. É o meu principal prêmio, não pelo valor, mas por tudo que mudou nessa minha jornada no cenário de E-Sports.


Algumas das premiações que Igor já conquistou nos E-Sports

Na Rede: Como você enxerga o mercado de E-Sports?


Igor: Eu acho que tem tudo para dar certo, mas falta aquele empurrãozinho, aquele grupo de pessoas acreditar. No Brasil, apesar do crescimento ser devagar, eu acredito muito nesse cenário. O próprio Fifa está crescendo devagar, tem equipes surgindo, mas nós temos um exemplo que é o League Of Legends, o Counter Strike, o próprio Fortnite que foi uma febre no meio das crianças. Mas ainda falta um grupo empresarial que acredite nos jogadores, para patrocinar as equipes e ter mais investidores no Brasil. Os próprios empresários podem ver que o mercado de E-Sports na Europa, nos Estados Unidos é muito grande, dando retorno e gerando bons frutos para a empresa. Eu acredito que possa ser um grande mercado. É triste ver jogadores brasileiros, saindo do Brasil para representar uma equipe estrangeira, porque ainda não tem tanta confiança. Tem mais preconceito do que confiança. Recentemente, eu vi uma matéria que o mercado de E-Sports pode entrar na Olipíadas e isso, sem dúvidas, traria benefícios para o cenário no Brasil.


Na Rede: Quais são os planos para o futuro?


Igor: Eu desejo continuar jogando Fifa, porque eu sou apaixonado por futebol. Tive a frustração de não virar jogador, mas eu faço parte desse cenário virtual e pretendo continuar. No pessoal, eu pretendo fazer Agronomia, porque eu acho que eu vou me dar muito bem no meio e, quem sabe, no futuro dar coaching para ensinar novos jogadores de Fifa e tentar ajudar a crescer esse cenário. Mas isso é plano para uns três anos.


Na Rede: Você só trabalha com E-Sports ou tem algum trabalho secundário?


Igor: Antes de me tornar profissional nos E-Sports, eu trabalhei como auxiliar de marceneiro durante cinco meses e fui servente de pedreiro durante dois meses. Atualmente, eu estou focado nos E-Sports e não tenho nenhum trabalho secundário.


Na Rede: Aqui em Uberlândia os E-Sports são valorizados da mesma forma que em São Paulo ou em outras regiões do país?


Igor: De jeito nenhum. Em São Paulo, só de ter uma internet boa, já ajuda bastante. Acho que sem dúvidas São Paulo é o melhor lugar para se tornar um jogador. Aqui em Uberlândia, pelos menos no meu bairro, só chega até 10 Mega (Mb) de internet e isso prejudica muito o rendimento. Não adianta você ter 10Mb de download, sendo que o upload não chega à um (mega) e o que mais conta para você jogar é o upload. Eu ligo na minha operadora quase toda semana para ver se meu bairro consegue receber mais de 10Mb. Uberlândia tem muito a crescer e as operadoras de internet tem que acreditar mais na cidade, porque tem muitos jogadores, principalmente de Fifa, que jogam e querem se tornar jogador profissional.


Para acompanhar e saber mais sobre a equipe NSE e sobre zIGOOR, acesse no Twitter @NetshoesESports e/ou @NSE_ZIgoor.

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