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Mídia e E-Sports: Ascensão e influência

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    Na Rede
  • 22 de nov. de 2018
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de dez. de 2018

Por: Leonardo Vassoler

Os E-Sports já estão sendo considerados como um “esporte tradicional” assim como futebol, vôlei e basquete. Porém, para muitas pessoas os E-Sports ainda são apenas uma forma de lazer. Por ainda existir esse descaso por parte dos apreciadores de esportes (principalmente no Brasil), jornalistas de mídias diferentes (Cláudio Prandoni, jornalista do site The Enemy e Chandy Teixeira, jornalista do Globo Esporte, do Rio de Janeiro) e um jogador de E-Sports (Igor Malaquias, jogador da equipe de E-Sports da Netshoes) dissram a opinião deles sobre como é a relação das mídias com os E-Sports, do ponto de vista de cada um.

O primeiro entrevistado foi Cláudio Prandoni, jornalista do site The Enemy, plataforma de games, E-Sports e tecnologia da Omelete Company. Sobre o motivo dos E-Sports não serem considerados por todos como uma modalidade esportiva, Prandoni disse que não é simples responder o exato motivo. “Caso houvesse uma resposta simples, pode ter certeza que algumas das principais produtoras de games competitivos do mundo, como Riot e Valve, já estariam se mexendo para mudar isso”, diz. O jornalista conta também sobre a possibilidade dos E-Sports um dia entrarem como modalidade dos Jogos Olímpicos. “Há um debate constante sobre considerar E-Sports como um esporte tradicional e talvez até entrar nos Jogos Olímpicos um dia”, conta. Pelo fato dos E-Sports ser um esporte mais jovem e mais focado para os jovens, Prandoni fala que é importar mudar para os E-Sports ganharem o “título” de modalidade esportiva. “Acredito que é uma questão de tempo e mudança de gerações e renovação de dirigentes esportivos pelo planeta até que E-Sports seja cada vez mais seriamente considerada uma modalidade esportiva”, finaliza.


Outra questão que foi feita de que maneira mídias, como o The Enemy, contribuem para a ascensão do E-Sports ou se a mídia em si ajuda a manter o preconceito que existe sobre a modalidade. “Certamente a mídia, de maneira geral puxa para os dois lados. Veículos mainstream podem ajudar a popularizar e consolidar competições de jogos eletrônicos, da mesma maneira que podem perpetuar certos preconceitos contra o tema”, afirma. Em seguida, Prandoni conta sobre a importância de existirem mídias e plataformas focadas apenas do games competitivos. “A simples existência de mídias especializadas como o The Enemy, Versus, UOL Jogos e sites tradicionais do meio esportivo, como ESPN Brasil e SporTV, mostram como é um mercado cada vez mais rentável, sustentável e consolidado”, diz.

É fato de que os E-Sports no Brasil não tem o mesmo reconhecimento que têm nos Estados Unidos ou na Europa, por exemplo. Para Prandoni essa ausência de reconhecimento é um problema da natureza tecnológica do tema. “Competições de jogos sofrem com a alta incidência de impostos (especialmente no caso de consoles) e tornam o acesso mais complicado do que em países desenvolvidos”, conta. Já para o jogador de FIFA da Netshoes E-Sports Igor Malaquias muito da falta de reconhecimento vem porque o principal meio de comunicação do Brasil, a televisão, não dá tanta visibilidade para os E-Sports. “Aqui no Brasil já vimos caso de arenas lotadas para acompanhar certos campeonatos, mas eu gostaria de mais participação da tv aberta. Hoje, algumas emissoras de tv fechada, já transmitem ou passam o vt de alguns campeonatos”, afirma o jogador. Além disso, o jogador da equipe da Netshoes disse que a mídia “deveria ser mais ativa no cenário do E-Sports. Fazer mais coberturas e ficar por dentro de tudo o que está acontecendo, diz Malaquias à respeito da televisão.

O último entrevistado, mas não menos importante, foi Chandy Teixeira, jornalista do Globo Esporte do Rio de Janeiro. Sobre os E-Sports ainda não serem considerados uma modalidade esportiva de fato, Teixeira diz que esse assunto sai da esfera jornalística e entra numa discussão filosófica da Educação Física. “Ainda carece um pouco de discussão por ser um assunto tão novo de ter esa fronteira de se o esporte é ou não é predominantemente físico e se uma atividade mental está enquadrada como uma atividade física”, conta Teixeira. O jornalista diz também que ainda falta discussão sobre o tema. “Respondendo objetivamente sua pergunta, eu diria que é por falta de discussão dos meios competentes, na Academia de Educação Física, na Academia do Direito”, afirma. Ele completa dizendo que por ser um assunto novo ainda vai demorar um tempo para isso se concretizar.



Segundo ele, quando uma mídia do tamanho do Globo Esporte entra em um assunto desse tipo, ele garante visibilidade e credibilidade à área. “Quando entra um veículo da magnitude do Globo Esporte, e eu não estou falando só da Globo: estou falando da ESPN, estou falando também de outros veículos menores e maiores. Então a partir do momento que a grande massa entra nesse assunto, ela confere credibilidade em um primeiro momento e também visibilidade”, diz. O jornalista completa dizendo que o papel da mídia é combater o preconceito que existe sobre o tema. “É óbvio que neste ponto a mídia brasileira tem ajudado muito na quebra do preconceito com esse setor. Dando visibilidade aos campeonatos profissionais, aos profissionais envolvidos, dando visibilidade à seriadade que o setor têm”, afirma.

“Acho que o Brasil ainda está uns anos atrás dessas culturas dos Estados Unidos e da Europa e, principalmente o mercado asiático”, disse Teixeira

Sobre a diferença entre o Brasil entre outros lugares do mundo em relação aos E-Sports, é um problema totalmente tecnológico, segundo o jornalista do Globo Esporte. “De fato a falta de infraestrutura de internet no Brasil, a demora da entrada da grande mídia, isso acabou atrasando um pouco o desenvolvimento dos E-Sports”, afirma Teixeira

Chandy Teixeira finaliza dizendo que o E-Sports uma imensa capacidade de se tornar um dos principais esportes do mundo por conta da grande massificação dos games entre os jovens. “Se vai ser um dos principais esportes do mundo? O tempo vai dizer. Eu palpitaria que sim! E acho que alguma medida já está sendo”, conta.

“Os E-Sports tem muito terreno para ganhar”, afirma o jornalista

Os E-Sports ainda não ganharam a visibilidade que merce, porém, isso está mudando e tende a chegar em um patamar próximo ao que é o futebol hoje. Para que isso aconteça é necessário acontecer uma mudança nas gerações que estão nos meios competentes para isso. E partir de uma melhora na tecnologia que temos e o incentivo da mídia, o E-Sports finalmente ganhe a visibilidade que merece.

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O Na Rede é um site de jornalismo esportivo voltado para competições ou esportes que não possuem amplo espaço de cobertura das mídias tradicionais. A iniciativa nasceu para atender a demanda da disciplina de Projeto Interdisciplinar de Comunicação II do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Sua manutenção segue de forma independente por seus idealizadores.

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