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A história do basquete em Uberlândia

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    Na Rede
  • 29 de nov. de 2018
  • 12 min de leitura

Atualizado: 4 de dez. de 2018

Por: Lucas Eduardo Figueira

A cidade de Uberlândia, atualmente, conta com uma equipe de futebol e uma de vôlei. Porém, há uma lacuna deixada pelo extinto time de basquete do UNITRI/ Uberlândia. A equipe existiu durante 15 anos, ganhou vários títulos e hoje vive apenas no imaginário de seus eternos torcedores.


O surgimento do time foi em 1998, em um projeto de Wellington Salgado, presidente da UNITRI, que acertou a ida do treinador Ary Vidal para a sua franquia, visando levar o basquete para a cidade de Uberlândia.


Mascote do Uberlândia

O primeiro elenco da equipe contava com jogadores que viraram ídolos, entre eles, Marc Brown. A equipe foi campeã mineira no ano de sua estreia e ganhou alguns outros campeonatos de pouca expressão. A primeira participação em uma competição nacional foi em 1999, no Campeonato Nacional de Basquete, terminando em 9º lugar.


Contudo, foi em 2000 que a equipe teve maior destaque. O Lobo Guará ficou na terceira colocação do brasileiro de basquete e conquistou seu tricampeonato mineiro. A boa colocação no campeonato nacional garantia vaga no campeonato sul-americano do próximo ano.


Eis que veio a temporada seguinte e o jogador mais querido da franquia, Marc Brown, se despede. Para o lugar dele chega Valtinho, armador ex-Franca. “Não esperava sair de Franca e nem sabia o que iria acontecer, foi uma grande mudança. Cheguei em Uberlândia para substituir Marc Brown, que era o armador e ídolo da torcida. Meu primeiro ano foi de adaptação com o time e a cidade. Foi um pouco complicado para mim e para minha família, mas deu tudo certo”, disse o armador.


Valtinho e Cambraia -Créditos: Arquivo pessoal

A equipe continuou forte e ficando entre os principais times do campeonato, além de em todos os anos serem campeões mineiros. Com o projeto bem estruturado, a equipe que já possuía alguns bons jogadores, como Cambraia, Brasília e o já citado Valtinho, ainda fechou com o técnico Hélio Rubens, o armador Helinho e outros nomes consagrados.


“A equipe em 2004 era muito bem formada. A partir do momento que contratam o Hélio Rubens eles contaram jogadores muito importantes. Eu estava em Franca, outros bons jogadores já estavam lá, alguns que já tinham jogados juntos. Desde o começo a equipe estava muito unida, mesmo tendo sido formada naquele ano, sabíamos que tínhamos potencial para conquistar o título. Nesse ano fomos campeões brasileiros e vice sul-americanos e no ano seguinte vice-campeão brasileiro e campeão sul-americano. Então foi uma geração que fez por merecer, trabalhando dia-a-dia, aqueles objetivos que tínhamos e desde o começo vimos que poderíamos deixar uma marca para o esporte em Uberlândia”, conta o armador Helinho.


Helinho em 2004 pelo Uberlândia - Créditos: Blog UNITRI/ Uberlândia

Já Valtinho define o ano de 2004 como muito bom. “Com a chegada de jogadores que já tinham sido campeões vimos que o time tinha ficado forte. Cada um fazia seu papel, todos jogavam para ganhar, sem querer aparecer. A gente não esperava o título, mas tínhamos em mente que era possível”.


Valtinho comemorando o título do LNB em 2004 - Créditos: Gaspar Nóbrega/LNB

Na temporada do título da Liga Nacional, o Uberlândia ficou em primeiro lugar na classificação geral. Nos playoffs triunfaram contra Minas e Corinthians/ Mogi, enfrentando na final a equipe do Flamengo e vencendo por três a zero.


Como já dito, nos outros anos a equipe continuou conquistando títulos nos anos seguintes. Em 2005 conquistou o campeonato sul-americano e o octacampeonato mineiro. Segundo Hélinho, o sucesso para conquistar os títulos era um só: o entrosamento. “O ambiente já era saudável, inclusive pelo fato de já termos jogado juntos. Tínhamos uma liberdade um com o outro, uma amizade. Além de ser um grupo maduro que sabia da importância e aonde queria chegar. Desde o campeonato mineiro de 2004 já criamos um vínculo entre jogadores e comissão técnica e acabamos conquistando muitos títulos”, disse.


Elenco campeão brasileiro em 2004 - Créditos: Blog UNITRI/ Uberlândia

A peça mais importante para os títulos talvez nunca tenha feito um ponto, mas influenciou em todos. Hélio Rubens foi um técnico que revolucionou o basquete brasileiro e principalmente o time de Uberlândia. Antes, jogar com dois armadores (Helinho e Valtinho) como ele jogava, era novidade. Logo, Hélio se mostrou de vanguarda. Bem por isso o treinador recebeu o título de cidadão honorário da cidade de Uberlândia.


Hélio Rubens em 2004 - Créditos: Acervo pessoal/ Inferno Verde

No ano seguinte, o vitorioso Hélio Rubens deixou a equipe. Sem o treinador o Uberlândia ficou apenas em sétimo lugar no campeonato brasileiro de 2006. No ano seguinte, alcançaram o 3º lugar, graças ao entrosamento de jogadores bem entrosados, entre eles Cambraia, que realizou sua última partida pela equipe. “Joguei até 2007 e foi um momento incrível, conquistamos títulos importantes. Colocamos o nome de Uberlândia no topo do basquete nacional, foi uma época incrível. Ficamos tristes do projeto não ter continuidade, mas pode ser retomado qualquer hora sem sombra de dúvidas”, disse o ex-jogador.


Contudo, mesmo conquistando títulos e sempre se mantendo entre as melhores equipes o UNITRI/ Uberlândia teve o seu projeto cortado ao fim temporada. Os motivos que levaram o fim da franquia foi o maior investimento por parte de Wellington Salgado na equipe do Universo/ Brasília.


Portanto, Uberlândia ficou sem um time de basquete por três anos. O retorno da equipe foi apenas na era do Novo Basquete Brasil (NBB). Logo de cara jogadores conhecidos da torcida já retornaram para a franquia, entre eles, Valtinho. “O elenco estava bem diferente, cheio de jogadores que não tinham jogado juntos. Foi um recomeço. Acima de tudo era um time bom e que se dava muito bem, tanto dentro quanto fora de quadra”, comentou o armador.


Além de Valtinho, Brasília e Cipolini também faziam parte da equipe do UNTRI que retornou ao basquete. Com os ídolos e somadas as chegadas de bons jogadores, como Robby Collum e Robert Day, Uberlândia voltou a ter um time de alto nível no basquete. Enquanto fazia boas campanhas no NBB, o time também seguia conquistando os campeonatos estaduais, chegando em 2010 ao seu deca campeonato.


Robert Day e Robby Collum - Créditos: Luiz Pires/ LNB

No ano seguinte, mais uma vez o UNITRI foi campeão mineiro e garantiu o quinto lugar no NBB. Os resultados mostravam que o Uberlândia estava no caminho certo para buscar a vitória. Contudo, algo ainda faltava  algum técnico, um que conhecia o elenco e era querido pela cidade. Eis que ele veio, Hélio Rubens acertou seu retorno ao Uberlândia após ser convencido por Wellington Salgado.


Além do treinador, Hélinho também retornára ao UNTRI. “Para mim foi muito especial o retorno para Uberlândia. Tenho família, amigos que moram lá então pra mim foi muito bom voltar. Esportivamente falando, em 2012 já tinha uma base, o Wellington Salgado me chamou pra conversar, eu fechei contrato, ele falou com meu pai e convenceu ele de cancelar a aposentadoria. A UNITRI montou uma equipe muito competitiva com o Robert (Day) e o Collum, tinha Valtinho, Estevam, entre outros bons jogadores”, comentou o armador.


O resultado de bons jogadores e um bom ambiente foi o sucesso da equipe. Logo de cara chegaram na final do NBB, se classificando com a terceira melhor campanha e derrotando Pinheiros e Bauru nos playoffs. A decisão do campeonato foi contra o Flamengo, que ganhou de 77 a 70 o jogo único.


Valtinho em atividade na final do NBB 2011/12 - Créditos: Divulgação/ LNB

“Era apenas um jogo a final e naquele dia não jogamos no nosso nível e infelizmente saímos derrotados. Mesmo assim a temporada foi muito boa, time estava entrosado e poderíamos ter sido campeões”, disse o armador Valtinho.


O seu companheiro na armação, Hélinho, possui a mesma opinião. “Para gente foi muito legal, porque não esperávamos chegar na final. Não ganhamos por detalhe, pois era jogo único e eles acabaram ganhando apertado por poucos pontos. Se fosse decido em melhor de três talvez poderíamos ter virado, porque era uma serie muito equilibrada”.


Nos anos seguintes a equipe teve uma leve piora no seu desempenho. Mesmo com a permanência de Hélio Rubens, a equipe foi derrotada pelo Franca, na primeira fase dos playoffs da temporada 2013/14. O treinador mais vitorioso da história do UNTRI encerrou sua segunda passagem pela equipe logo no terceiro jogo da temporada 2014/15.


Além do técnico, muitos jogadores deixaram a equipe, montando um time completamente diferente em relação ao ano anterior. Um dos recém-chegados no clube era o auxiliar técnico Zé Ricardo. “O ambiente naquele time era muito bom. Só não fomos melhores naquela temporada por conta da lesão de um dos americanos que ficou fora boa parte do NBB. A expectativa era pelo menos classificar para os playoffs e conquistar o campeonato mineiro, a segunda meta foi conquistada, mas não chegamos aos playoffs”, disse o membro da comissão técnica.


Zé Ricardo em sua época no UNITRI - Créditos: globoesporte.com

Com a temporada abaixo das expectativas e novos rumos de investimentos para Wellington Salgado, a franquia do UNTRI/ Uberlândia encerrou suas atividades pela segunda vez na história. Não só os torcedores foram pegos de surpresa, mas também o próprio Zé Ricard. “Não havia rumor de que a equipe iria acabar. Foi uma situação bem chata, afinal, o basquete foi um esporte que a cidade de Uberlândia adotou. Encerrar dessa forma, perdendo o patrocínio e sem nenhuma oportunidade para continuar é complicado. Porém, temos ainda a esperança de que um dia volte a existir uma equipe competitiva aqui em Uberlândia. Agora restam apenas a boas lembranças dos times que conquistaram títulos e deixaram seu nome no cenário nacional”, completou.


De fato, todos os jogadores ficaram chateados com o fim da franquia. “Primeiramente foi inesperado ter saído, por tudo que eu tinha passado pelo clube. Sempre me imaginei aposentando pela equipe e exercendo algum cargo e nunca pensei que o time iria acabar. Tinha na mente continuar trabalhando ajudando a equipe após a aposentadoria. Porém, o UNITRI acabou e fiquei muito chateado. Ainda, sem o basquete ficou mais difícil eu voltar para Uberlândia. Já até pensamos em fazer algum projeto relacionado ao esporte, mas não tive chance. É muito triste ver a cidade sem o basquete depois de tudo que aconteceu e depois de todos os títulos acabar de uma hora para a outra. Gostaria muito de ter a oportunidade de morar em Uberlândia novamente e ter um projeto relacionado ao basquete”, relatou o ex-jogador Valtinho.


Helinho também ficou muito chateado com o fim do basquete em Uberlândia. “Acabei ficando muito triste pelo fechamento da equipe. Um time que deu tantas alegrias e envolveu tantas pessoas. Eu particularmente esperava mais empenho por parte dos governantes, pois estava na mão de uma pessoa só, poderia ter mais gente ajudando o projeto e tendo mais empenho para manter a equipe. Uberlândia é uma cidade incrível e tem tudo para voltar a ter basquete. Espero que isso aconteça em breve.


Hélio Rubens e Helinho - Créditos: João Pires/LNB

Outro jogador que chegou a atuar pela equipe, o pivô Douglas Kurtz enxerga a falta de estrutura como principal problema para os clubes. “Infelizmente, o basquete no Brasil ainda não é valorizado da forma que merece. O esporte depende muito da mídia, e é aí que entram os patrocinadores. O fato de ainda não ter muito espaço nesta área, faz com que empresas não vejam o basquete como um bom retorno para o investimento. Isso torna o trabalho de equipes menores mais difícil. tendo poucos recursos pra buscar jogadores e estruturar a equipe, essas equipes tendem a encerrar as atividades por falta de verbas e incentivo. Isso é péssimo para o desenvolvimento do basquete no país, e principalmente para os fãs do esporte. Os fãs fazem parte do nosso trabalho, e nós nos conectamos com eles. Ver um projeto terminar é muito frustrante”, comentou.


Cambraia atualmente trabalha com um programa da NBA, no qual implanta em instituições de ensino de Minas Gerais a modalidade do basquete vê de forma mais conformada o fechamento de portas do time do Lobo Guará. “Quem gosta de esporte vê com pesar, mas eu entendo o ciclo. É difícil manter uma equipe profissional de alto nível no país. A dependência do patrocínio é muito grande no Brasil. A UNITRI ficou muitos anos em Uberlândia, fez um papel incrível divulgando o basquete. A equipe chegou a ganhar títulos nacionais e continentais. Uberlândia é uma cidade de grandes proporções e que poderia abraçar o basquete sem problema algum. Contudo é necessário um trabalho inovador e bem estruturado”.


Além de jogadores e membros da comissão técnica, a torcida também sofreu com a perda do basquete em Uberlândia. “Com o fim da equipe de basquete a torcida ficou muito chateada, afinal, tínhamos muitos torcedores só de basquete que acabaram abandonando a Inferno Verde. Com o crescimento de outros esportes a gente vai tentando tampar o buraco que o basquete deixou. Me lembro que sempre ia duas vezes por semana ao ginásio do UTC, ou de quinta e domingo ou de quarta e sexta, era algo incrível e que eu sinto falta até hoje”, relatou o presidente da torcida organizada Inferno Verde, Flaviano Henrique.


Bandeirão da Torcida Inferno Verde - Créditos: Arquivo/ Inferno Verde

“A torcida surgiu com o intuito de apoiar o Futebol, mas depois, com o aparecimento das novas modalidades começamos a acompanhar. No basquete nossa torcida era bem grande, viajamos junto com a equipe e sempre levávamos mais de 400 pessoas para o ginásio. Ganhamos dois anos seguidos o prêmio de melhor torcida de basquete pelo SporTV. Era muito boa a época do UNITRI, a torcida vibrava a cada ponto, cada toco, cada rebote dentro do ginásio. Sinto muita falta”, completou.


Após sair de Uberlândia, a franquia de Wellington Salgado se mudou para a Bahia, formando a equipe do Vitória. Contudo, a equipe dourou apenas três anos, se encerrou e Salgado a levou para Distrito Federal sendo o atual Universo/ Brasília.


Torcida acompanha cesta do UNITRI - Créditos: Arquivo/ Inferno Verde

Em suma, a equipe uberlandense ficou na ativa por incríveis 14 temporadas. Em todo esse tempo foram conquistados todos os campeonatos mineiros disputados -a equipe é tetra decacampeão- além de outros campeonatos regionais de menor porte. O UNTRI também já chegou em quatro finais do “campeonato brasileiro”, destes, três enquanto era a Liga Nacional de Basquete (com um título) e um já na era do NBB.


Entretanto, não foi só dentro do país que a equipe fez sucesso, na América do Sul como um todo, a equipe se também teve destaque. O Uberlândia participou quatro vezes da Liga Sul-Americana de Basquete, sendo uma vez campeão e ficando uma vez no segundo lugar.


Além dos troféus, o time também tem a sua história viva em jogadores que foram ídolos do clube. Talvez o maior deles seja o Valtinho, que além de sua paixão pelo clube sustenta também um amor pela cidade. “Foi muito bom jogar em Uberlândia, a equipe de basquete foi algo que envolveu mesmo a cidade. Aos poucos fui conseguindo o carinho e o respeito do torcedor, sendo que até hoje quando vou em Uberlândia alguns ainda reconhecem. Sempre planejei parar de jogar e continuar morando na cidade, nunca imaginei sair ou ser mandado embora. Infelizmente aconteceu, acabei perdendo um pouco o vínculo. Sempre foi um sonho meu e da minha família morar em Uberlândia”, disse o jogador.


Ao todo, o armador disputou dez temporadas pelo clube. Logo na primeira teve média de 16 pontos por jogo, sendo esta a melhor de sua carreira. Porém, era nas assistências que Valtinho se destacava. O armador liderou a liga dois anos (2002 e 2003), com 8,9 e 8,1 assistências por jogo respectivamente.


Outros jogadores também são notáveis. Brasília jogou de 2004 a 2007 e mais tarde de 2010 a 2012. Fazia parte da comissão técnica na temporada 2012/13, ano que a equipe ficou em segundo lugar no NBB. Alguns jogadores estrangeiros também deixaram a marca na história da equipe, principalmente Robby Collum, Robert Day e Marc Brown. O primeiro jogou as temporadas de 2010 a 2013, se destacando principalmente na sua última temporada, juntamente com o segundo, Robert Day, que chegou a jogar uma temporada a mais que seu compatriota. Por fim, Marc Brown, o jogador chegou a equipe do Uberlândia logo na primeira temporada de existência da equipe e ficou até 2001.


Brasília em ação pelo Uberlândia - Créditos: Marcos Ribeiro/ Divulgação

Cambraia é outro jogador que marcou época pelo clube. Atuou em sete temporadas, ganhou tudo, campeonato mineiro, liga nacional e até sul-americano. Outro jogador que conquistou os mesmos títulos pela equipe foi o armador Helinho, o jogador atuou quatro temporadas pelo UNITRI e chegou em três finais do campeonato brasileiro de basquete, duas vezes na época da Liga Nacional e uma vez na era NBB.


Há também membros da comissão técnica que marcaram época no clube. O já citado Hélio Rubens é um deles. O treinador ficou apenas quatro temporadas no clube, as mesmas que seu filho Helinho, portanto, levou a equipe para três finais nacionais, entre quatro possíveis e duas finais sul-americanas, entre duas possíveis, vencendo uma vez cada título.

Outra figura marcante do basquete uberlandense é o mordomo, Giuseppe Urzeta "Cardoso". Cardoso era muito conhecido e acabou virando um símbolo da equipe. Esteve no Uberlândia desde 1998. O mordomo é outro que sofre com a saída da equipe da cidade. Até hoje o ex-funcionário ainda anda pela cidade vestido com as cores do Uberlândia.


Mordomo Cardoso - Créditos: Hismênia Keller / Globoesporte.com

Por estar a tanto tempo no clube, o mordomo já conviveu com vários jogadores. “Já passaram por aqui quase 100 jogadores. Vi de perto o crescimento de cada um desses meninos do Uberlândia. Quando vão embora, eu sinto a falta deles, pois passamos vários meses convivendo juntos, viajando e até dormindo no mesmo quarto”, disse Cardoso em entrevista ao Globoesporte.com em 2011.


Porém, ainda há esperanças para o basquete uberlandense. Contudo, não com a equipe do UNITRI. O Praia Clube, famoso por seu time de vôlei recém-campeão nacional, sustenta um projeto que está em seu início, mas aparenta ser muito promissor. O clube possui um time na Liga de Desenvolvimento.


O coordenador de esportes, André Malaquias, explica. “O Praia Clube desenvolve um trabalho junto aos associados na Escolinha de Formação há mais de duas décadas e o basquete praiano foi o precursor e iniciador do Projeto Praia Cidadão que atende parte da comunidade carente do Município (em particular no entorno do Clube) em convênio com algumas Escolas da Rede Pública Municipal e Estadual. Na evolução desta formação, começamos a competir oficialmente e a representar o Clube em diversas competições, tornando-se hoje um dos melhores e mais conceituados formadores de atletas do interior mineiro e do País”.


A equipe busca evoluir ainda mais o projeto e trata chegar a primeira divisão do basquete nacional como um desejo.” A NBB é o sonho de todo Clube, Associação e Entidade que possui trabalho de base e não seria diferente com o Praia Clube. É o nosso desejo e sonho e trabalhamos para que este espelho (equipe adulta) figure entre as principais forças do Basquete Brasileiro”, completou André.


Filipinho, jogador do Praia Clube marcando - Créditos: Divulgação/ LNB

O coordenador ainda fala sobre o processo de seleção para a equipe. “Atualmente temos a base com atletas de Uberlândia e naquelas posições que temos maior dificuldade e/ ou carência de mão de obra, oferecemos algumas (poucas) benesses para atletas que não são de Uberlândia e/ ou não foram formados desde a iniciação conosco (bolsa de estudos/ refeição/ vale transporte - passe escolar/ uniforme de treinamento/ formação propriamente dita ou complementação da formação, com profissionais capacitados e habilitados/ participação no quadro de associados do Clube com todos os direitos e deveres). Hoje sem dúvidas, estamos entre as melhores escolas de formação no tocante a base. Se tivermos patrocínio ou parceria, oferecemos uma bolsa aprendizagem (valor simbólico)”.


Os campeonatos disputados atualmente pela equipe variam de acordo com a disposição financeira dentro do clube e com prioridade entre as categorias de base. O Campeonato Estadual, Campeonato Brasileiro de Base e a Liga de Desenvolvimento de Basquete são alguns dos campeonatos.


Alguns jogadores revelados pela equipe já estão nas principais equipes de basquete no Brasil e também no mundo. Os exemplos são: Ralfi Ansaloni, no Botafogo; Renato Carbonari, no Pinheiros; Batman, do Barcelona (ESP); Pedro Henrique Rufino e Duran, no Ciudad México (NBA Academy Latin America).


As expectativas para que um time de basquete de Uberlândia retorne ao NBB são pequenas. Enquanto isso, os torcedores, ex-jogadores e ex-funcionários lamentam a lacuna que o esporte deixou.

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