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"Na minha cabeça quero parar com 43 ou 44 anos", diz Alex García

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    Na Rede
  • 31 de out. de 2018
  • 5 min de leitura

Atualizado: 8 de nov. de 2018

Por: Lucas Eduardo Silva


Alex Garcia tem 38 anos, é armador e atualmente joga pelo Bauru Basket. Possui quatro títulos do NBB, foi sete vezes da seleção da liga, oito vezes melhor defensor e uma vez melhor jogador da liga. Além do sucesso nacional, já jogou na NBA e também no basquete Europeu. O jogador se recupera de uma lesão e ainda projeta uma carreira longa pela frente. Confira:


Na Rede: Como está a recuperação da lesão?

Alex: A recuperação está boa, bem encaminhada e o cronograma sendo bem feito, com o aumento de exercícios bem controlado, sem exagero. Estou feliz e espero respeitar o tempo dado pelo médico para voltar a treinar com a equipe e começar a jogar. Mas também muito ansioso e muito preparado.


Alex com o time do COC/ Ribeirão - Reprodução/ Instagram pessoal

Na Rede: Como foi o começo no COC/ Ribeirão?

Alex: Foi muito bom. Cheguei lá para jogar meu segundo ano de juvenil e logo no começo fui para o time adulto, sendo titular após alguns meses de treino. Foi um começo muito promissor, por tudo aquilo que eu já tinha passado em Rio Preto também. No primeiro ano do COC conquistei o título juvenil e tive uma sequência m\uito boa, vitoriosa, de muito treino, muito esforço e sou muito feliz por tudo.


Na Rede: Como foi o período na NBA, entrando logo de cara no time que era o atual campeão?

Alex: Olha essa minha ida para a NBA foi contraria ao normal. Normalmente os jogadores participam do Draft. No meu caso, o Popovich, em um jogo do Brasil contra os Eua, me viu jogar e me chamou. Eu fiz jogo foi espetacular, foi onde teve o famoso toco no Tim Duncan. Foram dois anos espetaculares da minha vida, mesmo com duas lesões foi uma experiencia única que guardarei para o resto da minha vida.


Alex jogando pelo San Antonio Spurs - Créditos: Getty Images/ D. Clarke Evans
Alex jogando pelo San Antonio Spurs - Créditos: Getty Images/ D. Clarke Evans

Na Rede: Qual a maior diferença entre os EUA e o Brasil?

Alex: Olha é muito diferente. A gente vê pelos centros de treinamento e estrutura física que a NBA tem, até pelo mundo é totalmente diferente, financeiramente falando. Dentro de quadra é a intensidade do jogo, a NBA é diferente do resto do mundo. A diferença é realmente essa, a intensidade e o jeito que jogam.


Na Rede: Qual foi o melhor jogador que você enfrentou e o melhor que jogou junto?

Alex: Tiveram vários jogadores, como Stephon Marbury, Jason Kidd, Allen Iverson, já na NBA eu era armador e tinha que marcar esses caras, até o Kobe Bryant que não era minha função, mas acabava marcando. Mas o que mais impressionava era o Tim Duncan, pela dedicação, era o primeiro a chegar e um dos últimos a sair. Esse cara me impressionava pela humildade, pelo comprometimento com os companheiros, técnico e pelo San Antonio. Para mim era o cara “top” que eu convivi e que vi jogar lá também.


Na Rede: O que você leva de positivo do tempo lá, principalmente trabalhando com o Popovich?

Alex: Levo tudo de positivo, independente das lesões, tudo foi positivo. A aprendizagem que eu tive, na forma de jogar, posicionamento e na maneira de ver o jogo. Lá não é só um jogo, é um trabalho, tem responsabilidade e a forma que eles enxergam o basquete engrandeceu muito meu estilo de jogo e isso eu tento levar até hoje.


Na Rede: Aliás, como era sua relação com Popovich?

Alex: Era muito boa, ele me ajudava bastante. Tinha paciência, por conta da língua, eu não falava nada de inglês. Me dava muita oportunidade e me deixava a vontade na quadra. A relação é muito tranquila e sadia. Muitos jogadores da NBA queriam ter essa oportunidade de trabalhar com ele. Então vou levar essa convivência pro resto da minha vida. Ele é um cara espetacular e só sabe disso quem trabalha com ele.


Na Rede: Você acha que se não tivesse tido a lesão teria permanecido mais tempo no San Antonio e até mesmo na liga?

Alex: Acho que sim. O primeiro ano é muito difícil de se adaptar, enxergar o jogo como eles. Mas no segundo ano, mesmo com a troca, eu estava adaptado, mais solto e mais familiarizado com o estilo de jogo, além de estar mais confiante. Então acho que é não tivesse tido a segunda lesão eu poderia ter tido uma sequência boa na liga, independente do time e teria feito uma carreira lá também.


Na Rede: Como foi o tempo em Israel, chegar na final da Euro Liga?

Alex: Eu sou privilegiado. Tive nos dois melhores mundos do basquete, NBA e na Europa. Cheguei em um dos melhores times da Europa, tivemos uma temporada brilhante. Tive a oportunidade de chegar na final da Euro Liga com o Macab, poucos tem essa oportunidade. Uma experiencia única também. Posso dizer que sou privilegiado, mas isso também pela minha dedicação, acho que sou merecedor de tudo.


Na Rede: Como foi o período em Brasília, desde o início, o tricampeonato e até a saída de lá?

Alex: Minha fase em Brasília foi vitoriosa também. Cheguei em 2006/2007, o time já foi campeão. Sai e voltei, conquistando o tri campeonato do NBB em quatro finais. Também teve a Liga das Américas e dois Sul-americanos, foi uma passagem muito vitoriosa. Sou lembrado até hoje por isso e me sinto em casa em Brasília. Quem sabe um dia não posso voltar ao Brasília, ter esse privilegio, já foram oito anos lá e fui muito feliz.


Na Rede: Como foi a chegada no Bauru? Você já esperava logo de cara chegar em uma final e no outro ano já conquistar o título?

Alex: Minha chegada em Bauru foi muito boa. Foi montado um time para ser campeão, porém a gente acredita em conquistar títulos, mas a gente não espera. Então trabalhamos bastante e chegamos nas finais de tudo, sendo mais uma passagem vitoriosa


Alex em ação pelo Bauru - Créditos:  Bauru Basket/ Victor Lira
Alex em ação pelo Bauru - Créditos: Bauru Basket/ Victor Lira

Na Rede: Como você vê a nova geração chegando, enquanto alguns jogadores históricos, como o Marcelinho Machado, vão se aposentando? Pra você quem são os mais promissores?

Alex: Tem vários jogadores chegando né. Não são mais promessas mais sim realidade, como o Vitor Benite, Raulzinho e Felício, lá fora e aqui o Yago, Leo Mendl... Tem uma molecada boa e que quando a gente parar dará conta e levara o nome do basquete no país.


Na Rede: Você já pensa em aposentadoria ou ainda se sente à vontade para jogar mais temporadas?

Alex: Logico, temos uma progressão do pós-carreira. Mas ainda pretendo jogar mais cinco temporadas. O Marcelinho Machado se aposentou com 42 anos e eu estou falando que vou ser o jogador mais velho a jogar todas as temporadas do NBB. Então, na minha cabeça quero parar com 43 ou 44 anos. Trabalho fisicamente para poder jogar em alto nível, mas antes recuperar o meu joelho, lógico. Tenho essa meta de cinco anos, pois, também estou fazendo uma faculdade de educação física, então logo que parar já quero começar uma carreira como técnico.


Na Rede: Quais são as suas metas daqui pra frente? Tem algo que você ainda não conquistou e ainda queira?

Alex: Olha o que falta para mim é o Intercontinental, nesse formato novo, que já batemos na trave contra o Real Madrid. De resto, já conquistei tudo, então, jogando no Brasil a única meta é essa. Tivemos o privilégio de jogar amistosos na NBA. Ao meu ver o Bauru é a única equipe só de basquete brasileira que já disputou os jogos lá , afinal, o flamengo não é um time só de basquete, tem algo a mais mesmo sabe.

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