Do quintal de casa para os grandes palcos do voleibol brasileiro
- Na Rede
- 2 de nov. de 2018
- 5 min de leitura
Atualizado: 8 de nov. de 2018
Confira nossa entrevista com o Jotinha, levantador do São Francisco Saúde/Vôlei Ribeirão
Por: Ítana Santos

O baiano Juleandro Rocha, popularmente conhecido como Jotinha, se descobriu no esporte jogando em casa, na sua terra natal, Barreiras – BA, com os irmãos. O atleta decidiu lutar pelo sonho de ser jogador profissional e hoje é levantador do mais novo integrante da elite do vôlei brasileiro, o São Francisco Saúde/Vôlei Ribeirão. Confira abaixo a entrevista com ele sobre sua carreira, o atual time e o vôlei no país.
Na Rede: Teve algum momento de dificuldade na carreira que ficou marcado?
Jotinha: Tive dois na verdade. Um na parte de lesão. Tive uma lesão muscular no adutor da coxa e fiquei 55 dias parados. Abriu bastante a parte muscular da coxa e como nunca tive uma lesão muscular ficar esses dias parados não foi nada fácil. Foi um momento bem difícil da minha carreira. O segundo momento foi uma mudança de time que fiz. Na época estava no SESI-SP e tive uma proposta para jogar pelo Montes Claros. Como era o segundo levantador na equipe do SESI apareceu essa oportunidade de ser titular lá, e financeiramente também seria melhor. Acabei optando por Montes Claros, mas, uma semana antes de mudar, aconteceu problemas lá na cidade e o time acabou. Fui parar no Canoas, não que lá tenha sido um ano ruim, financeiramente foi ruim, mas a parte profissional foi muito boa.
Na Rede: Entre seus inúmeros títulos já conquistados tem algum que você considera mais especial?
Jotinha:O título mais importante para mim, mais especial, foi a superliga que conquistei pelo SESI-SP. Era um sonho que sempre tive. Via os principais atletas jogando e coloquei na minha cabeça que um dia estaria naquele palco. Foi uma temporada muito boa que eu fiz, não só minha como para toda equipe, e isso ficou marcado muito na minha carreira.
Na Rede: Como você vê e avalia a rápida ascensão do São Francisco Saúde/Vôlei Ribeirão que em apenas uma temporada já foi campeão da Taça Prata 2017 e da Superliga B 2018 garantindo acesso a elite do vôlei brasileiro na temporada 2018/19?
Jotinha: O nosso projeto desde o começo demonstrou muita seriedade, desde a montagem da equipe, onde tem pessoas conceituadas administrando o projeto como o nosso presidente Lipe, nosso treinador Marcos Pacheco e os atletas que foram contratados desde o início. Isso fez com que a equipe tivesse uma ascensão muito grande conquistando a taça prata, que foi um campeonato muito difícil, e depois o acesso para a Superliga tendo o título da Superliga B. Essa ascensão é boa pelo projeto tão forte que foi feito desde o começo e pelas pessoas que estão ao redor, o prefeito, o secretário do esporte, o Lipe, a primeira dama. Tudo isso foi muito importante para que nosso projeto esteja tão forte como está.

Na Rede: Quais foram os maiores obstáculos enfrentados pelo time?
Jotinha: Nossa principal dificuldade foi ter uma equipe desde o começo. Chegamos na temporada passada com uma equipe bem desmontada, com atletas machucados, onde fizemos um campeonato paulista muito ruim. Outra dificuldade foi a Taça Prata em Itapetininga. A gente precisava ganhar e estávamos perdendo de 2 sets a 1, se não me engano, para o Santo André, ou era 1 a 1, e estava 23 a 20 para eles e nós conseguimos a virada. Esse jogo foi muito a cara do projeto, cara de luta, um time que lutou bastante.
Na Rede: Encontrar patrocinadores e apoiadores para o time foi difícil para a idealização do projeto?
Jotinha: Creio que teve bastante dificuldade. Pelo que o Lipe sempre comentava comigo, antes mesmo de tudo acontecer eu sentei com ele e conversei, ele tinha uma expectativa muito grande de fazer um projeto consolidado, mas creio que teve dificuldade sim. Assim como a temporada passada foi difícil, essa também, mas com o tempo as coisas vão melhorar, o projeto vai evoluir e crescer muito mais.
Na Rede: O jogo de estreia na Superliga 2018/19 contra o SESI-SP não foi marcado com uma vitória para vocês, mas quais os pontos positivos que vocês levam dessa primeira disputa na competição? E quais foram os pontos que você acha que prejudicou o resultado do time?
Jotinha: O ponto positivo no jogo de estreia contra o SESI-SP foi a nossa reação no primeiro set. Estávamos perdendo, o Gabriel foi para o saque e conseguiu reverter um set praticamente perdido. Fizemos um segundo set bem eficiente. A equipe sacou, bloqueou e atacou bem. Fez praticamente um set perfeito. O que não foi bom naquele jogo foi que equipe pecou um pouco em alguns erros, forçou algumas bolas, mais do que devia, e o cansaço também. A equipe cansou mentalmente e fez com que o jogo ficasse tão difícil como foi no final e acabamos sendo derrotados.

Na Rede: O que você espera do próximo jogo contra o Cruzeiro, atual campeão da competição?
Jotinha: Próximo jogo é uma pedreira, né. Todos sabemos que será uma pedreira jogar lá em Contagem - MG contra o cruzeiro, mas estamos confiantes em fazer um bom jogo. Primeiramente precisamos começar o jogo bem, eliminar as principais peças deles e aí sim pensar em um resultado melhor. Será um jogo bem complicado, mas estou bastante confiante com o nosso time. Temos totais condições de chegar lá e buscar pontos. De repente, até mesmo a vitória.
Na Rede: Você que já jogou em diversos times de diferentes localidades do país. Acha que há regiões com maiores incentivos no esporte, principalmente no vôlei, do que outras? E o interesse do público, há locais que se sobressaiam sobre os outros?
Jotinha: Eu acho que não. Os projetos são muito iguais. Depende muito de quem está por trás dele. Se é uma pessoa mais conhecida, de repente de nome, acho que as coisas facilitam um pouco mais para ter um projeto. Não só em São Paulo como em Minas, no Sul, no Rio é difícil, é difícil. As torcidas eu acho que no interior são mais fortes. As pessoas assistem mais aos jogos do que nas capitais. Principalmente em São Paulo, onde joguei em algumas equipes, como a cidade é grande, e tem muitas coisas para fazer, fica mais dividido o público. Eu acho que no interior o público é muito mais forte e mais gostoso de jogar.
Na Rede: Como você avalia o vôlei no país? Acha que ele é bem valorizado ou ainda falta mais incentivos e estruturas nessa área do esporte? Temos casos recentes de times que acabaram ou migraram seu projeto para outras cidades, como o extinto Vôlei Futuro da cidade de Araçatuba e o Londrina Vôlei que se mudou para o Balneário Camboriú.
Jotinha: O nosso voleibol é um belo esporte. Deveria ser mais valorizado do que nós somos. As pessoas que não estão no dia a dia do voleibol acham que é um esporte de primeiro mundo, tudo perfeito, só vê a parte boa dentro da quadra e não vê como funciona o dia a dia de um atleta. Acho que as emissoras de TV deixam um pouco a desejar. Temos um grande caso mesmo que é a NBB. Se não me engano, ela tem três ou quatro emissoras de TV que transmitem jogos praticamente todos os dias. O voleibol, por incrível que parece, por ser o segundo esporte no Brasil, tem os jogos transmitidos no SporTV e alguns na internet. Acho que o voleibol pode muito mais, pelo que mostrou nos últimos 10, 15 anos de vitórias de atletas renomeados que tem aqui no Brasil, sempre com ginásios cheios, grandes públicos, acho que tem muita coisa para evoluir e a principal parte vem da TV. Se ela abrir seu espaço para os patrocinadores, expondo seus nomes, eles virão mais fortes nas equipes e tenho certeza que nós atletas seremos ainda mais valorizados do que estamos sendo hoje.
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